RESENHA - APRENDENDO A SEDUZIR

chaclivros
30 de jun. de 2017
3 min de leitura

O que qualquer mulher faria se flagrasse o noivo aos beijos com outra mulher? Cancelaria o casamento e nunca mais colocaria os olhos no desalmado traidor. Certo? Não lady Caroline Linford. Apaixonada pelo belo e galante marquês de Winchilsea, ela não se dá por vencida e resolve ir em frente com o casamento. Afinal, lady Linford ama seu prometido. Com o intuito de se tornar o único objeto do desejo de seu noivo, ela convoca o renomado Braden Granville, mestre na arte da sedução, para, com ele, aprender a ser a melhor amante que Winchilsea pode vir a ter. Porém, a aluna se torna tão aplicada que arrancará mais que elogios de seu professor...

Resenha

Gente, o que dizer desse livro que basicamente devorei em 3 dias e apenas nas viagens de ônibus? Mas como não devorar, não é mesmo? Tudo que a Meg Cabot – no caso sob o pseudônimo de Patricia Cabot – escreve, nós, reles mortais, devoramos.

A linguagem do livro é leve e bem simples. A narrativa também não é nada complexa. Típico romance jovem adulto. Entretanto, um elemento que ganha o coração do leitor, com certeza fica com a comédia. Me pegava rindo sozinha em meio a multidão do transporte público e não conseguia nem disfarçar meu divertimento. Patricia acertou em cheio quando o assunto é escrever sobre “situações comicamente desconcertantes e hilárias”.

Em relação aos personagens, a autora sempre foi mestre em descrever nos mínimos detalhes as emoções, feições e aspirações de seus personagens. Aprendendo a Seduzir não é diferente. Caroline, nossa estrela, poderia facilmente ter deixado uma impressão rasa e vazia. Esse foi meu medo inicial. Ela é, de princípio, a típica bonequinha de porcelana, virginal em todo sentido, completamente alheia ao mundo real. Entretanto, é exatamente essa sua “ignorância” que dará vida ao enredo. Conforme a trama vai desenrolando, não há como não se identificar com a personagem. Você se vê constantemente ansiando para ver o que ela fará. Como ela irá lidar com os novos desafios que serão colocados em seu caminho. Claro que é importante que o leitor leve em consideração a época do livro. Muitos de seus comportamentos são típicos da época – no caso, Inglaterra, século 18 – e não podem ser comparados as heroínas do século 21. No entanto, ela não irá ceder, pelo menos não completamente, ao machismo da época.

Já para nosso herói, Braden Granville... Bom... Só suspiros para esse homem. Como de costume, a Patricia apresenta um personagem forte, fora do tradicional – muito similar ao estilo Jesse (A Mediadora), só que mais rústico diria - que carrega uma história diferente de qualquer outro personagem do livro. Isso, claro, é uma estratégia para destaca-lo do resto. Transformá-lo em algo diferente da maioria. E, sem surpresas, a autora cumpri a missão brilhantemente. O que gosto do Braden é que ele não é seu mocinho tradicional. Ele é rude, mal-humorado e ao mesmo tempo a pessoa mais doce dessa vida. Se quisermos arriscar, poderíamos compará-lo também a um Mr Darcy mais “bruto”. De resto, todos os personagens carregam suas próprias peculiaridades e que, mesmo sendo secundários, não são deixados de lado.

Em relação a história propriamente dita, ela é sim seu romance jovem adulto tradicional. Mas volto a dizer que a leveza e a comédia fazem com que o livro não caia na mesmice. O romance com certeza ganha destaque, mas há uma pitada de mistério e aventura. Acho legal avisar que existem cenas sexuais bastante explicita... A autora conseguiu descrever nos mínimos detalhes. Além disso, ela nos conduz em uma história de amor que nasce pequena, quase que por engano, mas que se transforma em uma tempestade de paixão, que poucas vezes encontrei igual.